CM 20-12-2016
"Estou desesperado e tenho uma grande raiva. As crianças estavam indefesas. Só espero que não tenham sentido nada". Andreas K., de 37 anos, deu esta segunda feira uma entrevista ao jornal austríaco 'Kurier' em que fala do crime que lhe levou toda a família. No final de Novembro, Martina R., a sua ex-mulher, matou a tiro a mãe, o irmão e os três filhos que tinham em comum.
As crianças - Sebastian de 10 anos, Fabian, de nove e Michelle, de nove anos - foram abatidas a tiro quando dormiam na casa da família em Böheimkirchen. A mãe de Martina, Mathilde, de 59 anos, e o irmão, Peter, de 41, também foram abatidos. Os corpos form deixados em casa durante dias, até Martina, de 35 anos, se suicidar com um tiro, na cama onde jazia o cadáver da mãe.
"Só espero que as crianças não tenham sentido nada. Tenho esperança de que estivessem a dormir profundamente", diz Andreas na entrevista. O casas divorciou-se em 2010. Andreas conta que ficou profundamente deprimido e que Martina fez tudo para o afastar dos filhos. Teve de recorrer à justiça para conseguir vê-los semanalmente.
A mãe de Martina tinha sido diagnosticada com cancro e Martina estava sem emprego. Mas Andreas diz as dificuldades financeiras não podem explicar o crime. "Não consigo compreender. Não pode ter sido dinheiro. Eu dava-lhe mais de 1500 euros por mês em pensão de alimentos. A minha sogra recebia uma pensão e o irmão tinha um bom emprego. Possivelmente ela enlouqueceu com a doença da mãe".
Andreas explica ainda que a mãe de Martina tinha uma arma em casa, que terá sido usada por esta para consumar os crimes.
As autoridades ainda estão a investigar o caso, que foi descoberto quando a escola que as crianças frequentavam reportou a ausência dos menores às autoridades. Foi então que a polícia descobriu os seis cadáveres na casa onde todos viviam.
Fez sexo na casa depois do crime
O caso tem ainda mais um pormenor macabro. As autoridades descobriram um saco de prendas na porta da casa. Tinha chocolates para as crianças e laranjas. Apuraram que as ofertas tinham sido deixadas por um homem com quem Martina se envolveu. E, ao interrogá-lo, aperceberam-se de que este tinha estado na casa depois dos crimes e que teve sexo com Martina, sem se aperceber que havia cadáveres nas outras divisões da casa. Quando o homem apareceu com os presentes, um dia depois do encontro sexual com Martina, ninguém lhe abriu a porta. Martina já estaria morta. As autoridades acreditam que o homem não teve nada a ver com o crime.